Justiça por Néia, a semente do nosso Observatório

NOSSAS AÇÕES

No dia 4 de fevereiro de 2021, a Frente Feminista de Londrina se uniu a outras mulheres feministas e a familiares de Cidnéia Aparecida Mariano da Costa para pedir justiça pela tentativa de feminicídio sofrida por ela. Néia, como era chamada, foi agredida e abandonada à beira da morte em uma estrada rural pelo então companheiro, com quem buscava romper a relação amigavelmente há dias. A falta de oxigenação causada pela asfixia provocaram danos irreparáveis em Néia, que acabou tetraplégica e presa a uma cama.

A vigília por justiça durou por todo o tempo do julgamento, que terminou com a condenação do agressor a 23 anos 4 meses. Nascia ali a "semente" do Néias-Observatório de Feminicídios Londrina. Mulheres participantes do ato viram a necessidade de levar informação sobre casos de feminicídios, tentados e consumados, à sociedade londrinense como forma de combater esse crime hediondo, levar conscientização e criar memória.

“Néia era uma mulher ativa, muito dinâmica, independente. Trabalhava, cuidava de suas filhas e filho e queria uma vida livre da violência que sofria do companheiro. Em uma mensagem de áudio que ela gravou para o réu na véspera do crime, ela dizia que só queria paz. Quando ele tentou matá-la e ela incrivelmente sobreviveu, sua vida foi praticamente reduzida ao sentido biológico do termo. Socialmente falando, esse feminicídio foi concluído”, disse Silvana Mariano, irmã da vítima, à época do julgamento.

Néia veio a falecer no mês de maio deste ano, dois anos após a agressão sofrida.

Para que não tenhamos mais "Néias". Para que as mulheres possam dirigir seus relacionamentos sem que isso signifique colocar suas vidas em risco. Para que sejamos livres!

Por nenhuma a menos!