Nota Pública sobre o caso de Iene
NOTAS PÚBLICAS
3/22/2025
Júri reconhece tentativa de feminicídio praticada por irmão
Em julgamento nesta terça (2), Igor Rodrigues de Souza foi condenado a 12 anos pelo feminicídio tentado de sua irmã.
O Tribunal do Júri de Londrina considerou culpado, nesta terça-feira (2/7), Igor Rodrigues de Souza pela tentativa de feminicídio contra sua irmã, Iene Rodrigues de Souza, cometida em 31 de dezembro de 2022. A denúncia informava que Igor atacou a irmã a facadas, provocando ferimentos que a mantiveram internada por quatro dias. Foram reconhecidas as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Também houve o reconhecimento do crime de violência psicológica contra a mulher, totalizando uma pena de 12 anos, 8 meses e 5 dias de reclusão, mais 12 dias de multa, sendo 12 anos pelo feminicídio tentado.
A defesa de Igor buscou, ao longo do julgamento, desqualificar a conduta da vítima, imputando a ela consumo de drogas, comportamentos agressivos e outros que não seriam aprovados pela família. Nos depoimentos evidenciou-se o ambiente machista no qual as violências se deram, ao longo do tempo, na conhecida crescente que, muitas vezes, culmina no feminicídio.
Néias considera o resultado do julgamento um importante reconhecimento de que casos de feminicídio não se restringem a relacionamentos afetivos, ocorrendo em diversos ambientes em que a dinâmica patriarcal e machista se impõe.
Para além da relação entre agressor e vítima, a violência de gênero contra meninas e mulheres ocorre quando estas não aceitam imposições ou restrições de comportamento que as impedem de ser quem são. O júri, felizmente, concordou que vítimas não podem ser culpabilizada pela violências sofridas.
Londrina, 2 de julho de 2024
Néias
Observatório de Feminicídios de Londrina
O Néias Observatório de Feminicídios Londrina (Paraná) é uma organização da sociedade civil que surgiu em 2021, após um grupo de feministas ativistas se organizarem para dar visibilidade e acompanhar o julgamento do feminicídio tentado cometido pelo marido de Néia, Cidneia Aparecida Mariano da Costa, de quem ela estava tentando se separar.
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