Sobrevivente de ataque feminicida em Londrina, fala pela primeira vez sobre o ocorrido.

No último domingo, dia 10 de dezembro, o programa Fantástico veiculou em todo o país o trágico episódio de feminicídio ocorrido em setembro deste ano, na cidade de Londrina. Nessa ocasião, dois estudantes da Universidade de Londrina foram vítimas de um violento assassinato, enquanto uma jovem sofreu ferimentos causados por uma faca durante as primeiras horas da madrugada.

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3/19/20251 min read

No último domingo, dia 10 de dezembro, o programa Fantástico veiculou em todo o país o trágico episódio de feminicídio ocorrido em setembro deste ano, na cidade de Londrina. Nessa ocasião, dois estudantes da Universidade de Londrina foram vítimas de um violento assassinato, enquanto uma jovem sofreu ferimentos causados por uma faca durante as primeiras horas da madrugada.

Clarissa e Aaron inicialmente desenvolveram uma amizade, mas a situação tomou um rumo perturbador quando o rapaz expressou seus sentimentos, mesmo diante da clara não reciprocidade por parte dela. Insistindo por meses, mesmo bloqueado nas redes sociais, Aaron chegou ao extremo de criar perfis falsos para se aproximar de Clarissa. Apesar de ter considerado a possibilidade de obter uma medida protetiva, ela acabou desestimulada pela ideia de que não teria efeito, subestimando as potenciais consequências. Ela lamenta: "Pensei: 'Ah, não vai dar em nada, não vai acontecer nada, o que isso vai impedir o cara também'. Eu não tomei essa medida. E pouco tempo depois, isso aconteceu".

A Polícia Civil formalizou a acusação do jovem pelos crimes de duplo homicídio qualificado de Júlia e Daniel, além da tentativa de feminicídio contra Clarissa. O delegado responsável acredita que o crime foi motivado pela recusa dela em estabelecer um relacionamento amoroso, caracterizando discriminação de gênero contra a vítima. O Ministério Público acrescentou a acusação de perseguição ao caso. Em caso de condenação, Aaron pode enfrentar uma pena de até 29 anos de prisão.

Na época dos fatos, Néias acompanhou o caso juntamente com a vítima e prestou todo o suporte necessário para ampará-la. E reiteramos que crimes contra meninas e mulheres têm características próprias que envolvem o sentimento de posse dos homens, oriundo da sociedade misógina e patriarcal na qual estamos constituídos. É preciso compreender tal cenário e promover uma justiça coincidente com os anseios pelo fim da violência de gênero.